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Confira abaixo o Modelo de Prescrição Sugerida para os casos de Dissecção Aguda de Aorta

Antes de entrar na prescrição em si, vamos entender um pouco mais da dissecção. Sabendo a fisiopatologia, fica fácil entender o tratamento. A dissecção nada mais é que uma pequena rotura na camada íntima da aorta, fazendo com que o sangue entre dissecando entre as camadas íntima e a média.

Isto é extremamente doloroso por motivos óbvios, e a cada batida do coração mais sangue é jogado na dissecção aumentando e agravando ainda mais. Sabendo disso fica fácil entender o porque que nós devemos primeiro baixar a frequência cardíaca (quanto menos o coração bater, menos a dissecção aumenta), depois a dor e por fim a pressão arterial. Nosso modelo de prescrição ficaria assim:

 

• 1. Dieta zero até segunda ordem.
• 2. Metoprolol (5 mg), um frasco EV agora lento e repetir a critério médico.
__1. O Metoprolol pode ser repetido até quatro vezes, para se alcançar a frequência alvo entre 60 e 80 bpm.
__2. Uma melhor opção é o Esmolol, que é usado em bomba de infusão, mas ainda é pouco disponível em nosso meio.
__3. Alguns especialistas recomendam que você, ao usar o beta-bloqueador, não se atenha a frequência cardíaca em si, mas ao nível de consciência. Você deve usar até que o paciente comece a ficar sonolento, mas cuidado para não rebaixar muito o nível de consciência.

• 3. Morfina (10 mg/ml), uma ampola + 9 ml de água destilada, fazer 5 ml EV lento a critério médico.
__1. Esta dose de Morfina pode ser repetida a cada 5 ou 15 minutos até que haja controle total da dor.
• 4. Nitroprussiato de sódio (50 mg/2ml), uma ampola + 250 ml de soro glicosado a 5%, correr EV em bomba de infusão a 5 ml/h e aumentar a vazão a critério médico.
__1. Muitos pacientes terão controle de pressão com o uso do beta-bloqueador. Somente os pacientes que não controlaram devem receber o nitroprussiato.
__2. Para manejar, você deve aumentar a dose de 5 em 5 ml/h até a pressão desejada. Por exemplo, comece em 5 ml/h, depois de cinco minutos, aumente a vazão para 10 ml/h, depois de mais cinco minutos, aumente para 15 ml/h. Faça isso até ter uma dose que mantenha a pressão sistólica entre 100 e 120 mmHg.

Esta prescrição tem a base do tratamento. Além disso, existem outras recomendações. Vamos às dicas:

• 1. Alguns pacientes terão associado derrame pericárdico. Jamais puncione o derrame associado a dissecção.
• 2. Alguns paciente não terão hipertensão, podendo apresentar-se inclusive chocados. Nestes pacientes, reverta normalmente o choque com infusão de cristalóides e/ou noradrenalina.
• 3. Não use inotrópicos, como Dobutamina, por exemplo. Como citado na fisiopatologia, ela aumentará a frequência cardíaca e, consequentemente, pode aumentar a lesão.

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